Empresas com uso intensivo de tecnologia têm mais crescimento em 2011, diz IBGE

19-08-2011 12:45

O real valorizado facilitou a importação de componentes e permitiu uma redução no preço dos produtos tecnológicos. 

O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) divulgou um relatório sobre o desempenho da indústria brasileira, baseado nos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). E uma das principais conclusões do levantamento é que as empresas que fazem uso intensivo da tecnologia foram as que mais cresceram nos últimos meses.

As indústrias que usam a tecnologia de forma intensiva – como as fabricantes de computadores, televisores, equipamentos médico-hospitalares, aviões, entre outros – tiveram um aumento médio de 6,6% na produção no primeiro semestre de 2011, se comparado ao mesmo período do ano anterior. Um desempenho que é bem superior ao verificado nos setores com baixa complexidade tecnológica, onde esse índice foi negativo em 1,6%.

A conclusão do estudo é que o câmbio e a estabilidade no preço dos componentes no mercado internacional justificam essa diferença em relação aos indicadores. Isso porque, nos setores que usam menos tecnologia, houve uma concorrência direta de produtos importados. Enquanto que os setores com mais complexidade tecnológica aproveitaram o real valorizado para importar componentes e, com isso, baixar o preço dos produtos, com consequente aumento das vendas.

O economista chefe do Iedi, Rogério Souza, alerta, no entanto, que essa situação favorável à importação de componentes pode ser prejudicial à economia brasileira, ao promover uma ‘desindustrialização’. “Não existe prática no mundo que, para estimular um setor, mantenha o câmbio valorizado por muito tempo. As consequências são mais graves”, afirmou Souza, de acordo com informações divulgadas pela Agência Brasil.  

Uma das medidas do governo para estimular a produção local de tecnologias é a Lei do Bem. Recentemente, o benefício – criado com o intuito de reduzir os impostos para produção nacional de computadores – foi estendido aos tablets. E, até o final deste mês (agosto), o governo deve anunciar incentivos à fabricação local de semicondutores.

*Com informações da Agência Brasil

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