Formação em tecnologia: programa oferecerá 75 mil bolsas de estudo no exterior

Além de enviar jovens para as 100 melhores universidades do mundo, iniciativa quer estimular cientistas a voltarem ao Brasil.

Os ministros da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, e da Educação, Fernando Haddad, participaram nesta terça-feira (7/6) de um seminário no qual discutiram o programa para formar jovens talentos em universidades internacionais. A iniciativa faz parte das ações para acelerar a qualificação de mão de obra no Brasil.

O principal objetivo do programa, ainda em elaboração, é oferecer 75 mil bolsas de estudo, em quatro anos, para que jovens talentos brasileiro façam cursos nas 100 melhores universidades do mundo. “Já estamos com as negociações adiantadas com os chefes de Estado dos Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, França e Portugal”, disse Mercadante, de acordo com notícia divulgada pelo próprio Ministério da Ciência e Tecnologia.

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Ainda de acordo com o ministro, um dos alvos do programa vai ser a formação de profissionais nas áreas de engenharia e exatas.

Quanto ao critério de escolha dos beneficiados pelas bolsas de estudo, uma das diretrizes já definidas pelos ministros é adotar o critério de meritocracia, no qual os melhores alunos terão prioridade. Além disso, a ideia é adotar o formato de ‘bolsa sanduíche’, na qual o estudante precisa voltar ao Brasil para concluir o curso.

Outra iniciativa discutida no seminário foi o incentivo ao desenvolvimento do mercado interno. “A meta, só no CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), é trazer 1,2 mil cientistas brasileiros, jovens e grandes talentos que estão fora do Brasil e 300 líderes científicos em áreas estratégicas”, pontuou o ministro de Ciência e Tecnologia.

No próximo dia 15 de junho, o programa para internacionalização da educação em ciência e tecnologia deve ser apresentado à presidente da República, Dilma Rousseff. E o ministro da Educação tem a meta de lançar a iniciativa ainda no segundo semestre.

Atualmente uma ação da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e do CNPq oferece 5 mil bolsas de estudo no exterior. Mas Fernando Haddad disse que o objetivo é, com o novo programa, ampliar esse volume com foco na inovação tecnológica.

Nesta semana, o tema da falta de profissionais qualificados no mercado nacional foi apontado como uma barreira para que o País avance no plano de se tornar um pólo internacional de produção dos tablets. “A nacionalização vai demandar grandes esforços para formação de mão de obra”, enfatizou Rogério César de Souza, economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, em entrevista à Agência Brasil.

Souza considerou que a falta de pessoas preparadas para atuar na indústria de ponta é “uma questão bem delicada do nosso desenvolvimento, ainda a ser resolvida”.

  

 

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