4 comportamentos de risco para sua carreira devido ao momento econômico

Dicas para educar-se financeiramente e direcionar sua carreira para o sucesso 

Sílvio Celestino  Consultor Organizacional e Senior Partner da Alliance Coaching

 

Uma pessoa deve tratar sua carreira profissional como parte de seus investimentos e saber que não há investimentos arriscados, mas sim investidores arriscados. Aqueles que não se alfabetizam financeiramente estão sempre se surpreendendo com fatos que, de repente, afetam sua carreira de forma dramática: países em crise, fusões, colapsos financeiros, variações cambiais e outros eventos do quotidiano econômico.

Em economia tudo se movimenta ao mesmo tempo e a pessoa sucumbirá diante de sua complexidade se adotar 4 comportamentos de risco:

1) Fechar os olhos às questões econômicas: pois ao fazê-lo, diminui o medo dos perigos à sua frente e continua sua vida profissional como se nada estivesse por vir. Como resultado, vive a maior parte do tempo tranquila mas, quando um fato a atinge, está tão despreparada que o resultado em geral é o colapso de sua vida como um todo e não apenas da esfera financeira.

2) Não saber para onde olhar: recebe as informações por todos os meios, mas não sabe qual indicador é o mais relevante em um dado instante. Assim, está sempre um ou dois passos atrás do que seria mais seguro para sua carreira e investimentos. Exemplo típico são aqueles que pensam que investem em ações, mas o fazem nos momentos menos favoráveis e sem nenhum conhecimento, seguro ou proteção contra perdas. Literalmente doam seu dinheiro, ganho com tanto esforço, para os profissionais do mercado de capitais.

3) Focalizar somente em um indicador: imagine se o comandante de um avião decidisse pilotá-lo olhando só para o altímetro e o marcador de combustível.

Pois alguns indivíduos olham para a complexidade da economia, decidem por um par de indicadores a acompanhar e acham que sabem tudo que precisam para sua carreira e vida econômica. Deste modo, olham para a inflação quando deveriam se preocupar com a oferta de dinheiro. Focalizam os juros dos títulos do governo e se esquecem da tributação sobre este tipo de investimento. E assim por diante. Sem preocupar-se com o panorama completo, sua carreira e seus investimentos estão sempre patinando, ou não fazem o menor sentido.

4) Não saber ler os indicadores: regularmente os telejornais, internet e todas as midias informam a taxa de câmbio, inflação, juros, déficit público, leis de incentivo tributário e demais notícias econômicas sobre o Brasil e o mundo. Mas, a maioria não tem ideia do que fazer com todas essas informações. Assim, arriscam suas carreiras em empresas que atuam em mercados pouco lucrativos, sem benefício tributário ou com concorrência acirrada, por exemplo.

Uma pessoa investe no mínimo 10 anos para tornar-se mestre em sua profissão. Uns 20 anos para ser capaz de formar outros profissionais, mas quando o assunto é investimento, quer dicas e orientações em poucos instantes, pois está muito ocupada. Considera o mercado financeiro complexo e arriscado demais e por isso não faz a lição de casa: se educar financeiramente, treinar e aprender a investir.

O resultado é que não sabe como proteger seu dinheiro. Cria despesas demais e compra passivos como carros, casas e outros bens que tiram dinheiro de seu bolso regularmente em bases mensais. Quando perde o emprego fica em sérios problemas. Isso quando não pode mudar de profissão ou empresa, pois está com um padrão de vida muito alto e, por mais desgastada que esteja com sua carreira ou emprego, a mudança é quase impossível e muito arriscada.

Ao refletir sobre o momento atual do mundo econômico e como ele afeta a carreira das pessoas, observamos que a situação dos Estados Unidos está piorando, não importa o que seu governo faça. O problema é que, quando o país responsável pela oferta da principal moeda no mundo começa a imprimir dinheiro excessivamente e sem lastro - ou melhor, lastreado em dívidas - desorganiza a economia de tal forma que nem o mais habilidoso economista é capaz de prever os acontecimentos. Mesmo com essa dificuldade é possível saber quais condições vão ocorrer e que afetam sua vida e sua carreira.

Sugiro focalizar dois importantes fatores para suas decisões:

Em primeiro lugar a inflação será generalizada pelo mundo, portanto, cuidado com sua poupança e prepare-se para custos maiores em comida, energia e contratos atrelados a índices inflacionários, como aluguéis, por exemplo.

Segundo, embora se fale muito de Grécia e Espanha nesse momento, em novembro de 2011 as condições que dispararam a crise de 2008 serão revisitadas - especialmente no mercado americano de hipotecas. Imagine que uma pessoa possua uma casa que desvalorizou-se para US$ 140 mil, mas, em novembro, devido ao reajuste da prestação da hipoteca, pagará o equivalente a US$ 200 mil.

Muitos devolverão suas casas e isso afetará novamente a economia de forma dramática. E não será um teste de estresse, mas de realidade. Isso pode representar um forte freio na economia, ou uma marcha a ré. Portanto, se você pretende fazer alguma mudança em sua carreira reflita se ao chegar em novembro estará consolidado na nova posição. Se a resposta for negativa, é prudente aguardar.

Prepare-se para dias difíceis e sempre terá dias bons. A visão do futuro é algo complexo e embora não saibamos o que de fato ocorrerá, podemos visualizar as condições e levá-las em conta em nossas decisões de carreira e de vida. Não considere minha análise sem refletir, interesse-se por educar-se financeiramente e tire suas próprias conclusões. Elas que devem direcionar sua carreira. Vamos em frente!

 

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